Parabéns aos Exames Nacionais no 9º ano!
Esta data deveria ser celebrada, não porque vai resolver o problema da Educação, mas vai sobretudo abrir os olhos da sociedade para os principais problemas do ensino em Portugal, a nível material, recursos humanos e legislação.
Que o ensino pré-secundário peca por falta de exigência e organização de conteúdos programáticos é algo que se sabe mas ninguém quer mudar.
Que chumbar um aluno antes do secundário é um dos processos mais intrincados, demorados e penalizadores para um professor também é verdade.
Que a falta de estabilidade e motivação dos professores se transmite aos alunos, e que as associações de pais são inoperantes, também é verdade.
Ao contrário da maioria, vou ficar contente ao observar a média de chumbos nos exames do 9º ano. É bom para reflectir-mos sobre várias coisas que têm de mudar:
- A burocracia e pressão dos directores regionais de educação sobre os professores na hora de chumbar um aluno.
- A exigência nas aulas, testes e conteúdos, pois o progresso não existe com facilitismos.
-Criação de uma disciplina de Informação e Debate, que desperte a liberdade criativa e o gosto pela pesquisa e troca de ideias, com temas adequados á faixa etária.
-Investimento nas infra-estruturas.
São apenas algumas das muitas ideias que me surgem quando penso neste tema.
Já se perguntaram porque os estudantes universitários e do secundário não participam nas aulas? Não têm opinião nem interesse sobre temas da sociedade?
Entre outras razões, uma é o ensino virado para a mudez e embrutecimento, o aluno é tratado como um CD-R, recebe informação, nem sempre consegue reproduzi-la e é incapaz de criar seja o que for sozinho, a partir do que aprendeu.
Já nos perguntámos porque é que os alunos são especialistas a empatar os "profs" nos primeiros e últimos 10 minutos de cada aula?
Porque ninguém aguenta fácilmente 60 minutos de ditado de conteúdos que são absorvidos de uma forma dogmática e desinteressante. No fundo, estamosa entregar instrumentos aos jovens mas não os ensinamos ou damos espaços para que os utilizem.
Temos as ferramentas mas falta imaginação, iniciativa e vontade para nos servirmos delas...
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