sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Sobre a adopção de crianças por casais homossexuais


Ainda me lembro do debate sobre o casamento entre casais do mesmo sexo. A instrumentalização política que ocorreu impediu que a sociedade, em referendo, se manifestasse sobre uma questão que a divide profundamente.
Eu não fui contra o "casamento gay", mas sempre tive receio que após a aprovação na AR, viesse a questão que surge hoje, a adopção por casais homossexuais.
Não me importo que me chamem conservador nesta matéria, assumo que não acho natural a união entre duas pessoas do mesmo sexo, mas aceito que outras pessoas o desejem e o pratiquem, e como tal não me opus á alteração legislativa que foi proposta.
Não me opus mas não acho natural, nem acho que a sociedade está preparada para a aceitar como natural.
A principal razão para eu não ser contra o "casamento gay", é também a principal razão para não ser a favor da adopção por casais homossexuais.
Que 2 pessoas do mesmo sexo, maiores de idade, decidam optar por casar, é uma coisa. Que essas mesmas pessoas decidam adoptar e educar uma criança menor, já não concordo.
Fui ler aqui http://www.educacao.te.pt/pais_educadores/index.jsp?p=86&id_art=54 informações sobre a lei da adopção.
Olhando para a burocracia que a lei impõe, estou solidário com as dezenas de relatos que encontrei na Web acerca das dificuldades e limites impostos pelos critérios para a adopção, que eternizam os processos, e acredito que há muito trabalho a fazer no sentido de agilizar a componente processual da adopção.
Sou a favor que se discuta a legislação da adopção, mas só seria aceitável discuti-la também no âmbito da adopção por casais homossexuais se a questão fosse referendada, para que a sociedade decida de sua justiça o que pretende que o legislador faça nesta questão.
Fico satisfeito que o parlamento tenha chumbado as propostas hoje na AR, e acredito que agora haverá condições para se fazer um debate informado sobre todas as problemáticas relacionadas com a legislação da adopção.

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

6 anos depois...

Querido blog,

Passaram 6 anos sem te escrever uma mensagem, sem te visitar para saber como estavas, sem saber nada de ti...

Passaram 6 anos em que me esqueci do prazer de assinalar momentos belos da vida, comentar a actualidade, partilhar contigo e com os outros os meus pensamentos, carimbar um pouco de mim num post...

Passaram 6 anos em que, reconheço com alguma vergonha, me esqueci de ti, e portanto esqueci uma parte importante de mim, aquela parte insatisfeita, que acredita que há sempre algo mais a fazer, que sempre viveu rodeada de livros e autores, sempre apaixonada pelas letras que compõem as palavras da nossa vida...

Passados 6 anos pergunto-me porque te abandonei.
Sei que fui em busca de outras emoções, outros prazeres da vida, lutei, venci e perdi algumas vezes.
Quero que saibas que nestes 6 anos terminei a licenciatura, tirei a carta de condução, tive 4 empregos diferentes, andei aos tiros e no meio do lodo com fuzileiros, ganhei e perdi eleições, arrendei uma casa, perdi familiares e alguns amigos que me fazem falta, apaixonei-me por uma mulher fantástica!
Só tenho pena de neste tempo todo não ter escrito uma linha que fosse sobre tudo isto, que foi a minha vida sem ti.

Não sei bem explicar porque te voltei a bater a porta, que abriste como fazem sempre os verdadeiros amigos, aqueles que nos perdoam e a quem perdoamos o imperdoável. Sei que viste partir um rapaz, e vês regressar um homem com cara de rapaz, que só te sabe dizer que sentiu a tua falta todo este tempo.
Há decerto mais boas razões que não te sei explicar, para o meu regresso, mas tenho a certeza que vamos descobri-las juntos!

Estou de volta porque fazes parte de mim.